Todos os carros novos, de passageiros ou comerciais ligeiros, produzidos na Europa serão obrigados a emissões de CO2 de até 95 gramas, por quilómetro. Mas prevê-se que até 2030 as metas sejam mais ambiciosas e duras como forma de cumprir o que ficou firmado no Acordo de Paris. As multas podem atingir valores astronómicos.
A nova legislação europeia prevê incentivos mas há marcas que falam já em cortes em termos de mão-de-obra. A Audi, por exemplo, anunciou que suprimirá até 9.500 posto de trabalho nas suas unidades de produção alemãs, nos próximos cinco anos. Uma medida que, diz a marca automóvel, libertará 6 mil milhões de euros que poderão ser investidos em veículos elétricos e tecnologia digital.
"No último mês, a indústria automóvel alemã voltou a ter maus resultados. As estimativas são bastante negativas. Estamos num processo de transformação complicado. Não é claro qual será o futuro do carro movido a diesel. As empresas sabem que precisam de mais carros elétricos e de novos carros. Impulsionar a tecnologia é uma grande mudança. Mas há empregos nesta indústria, na Alemanha, que depende do motor de combustão", explica Clemens Fuest, presidente do Instituto de Pesquisas Económicas.
A Alemanha planeia aumentar os incentivos disponíveis para os compradores de carros elétricos, a partir de 2020 e durante cinco anos. Para modelos que custam até 40.000 euros podem chegar aos 6.000 euros.
Estes incentivos são diferentes em cada Estado-membro da União Europeia. As vendas também.
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis diz que, apesar dos recentes ganhos, a participação no mercado dos veículos com motor alternativo ainda é 5 vezes menor do que a dos carros a gasolina, que representam quase 60 por cento do mercado de carros novos.
E não se espera, que nos próximos anos, a situação mude, dizem as pesquisas. Prevê-se que em 2025 apenas 10,2% das vendas globais sejam de veículos elétricos e que esse valor aumente para apenas 14,8% em 2030.
Apesar das perspetivas não serem animadoras a União Europeia quer avançar para as metas definidas e tornar o setor automóvel europeu mais competitivo, em termos mundiais. Resta saber quais serão os impactos, efetivos das novas diretrizes.