Setor automóvel tem de reduzir emissões de CO2

fevereiro 01, 2020
Euronews
Nara Madeira
razaoautomovel.com
euronews (em português)

Todos os carros novos, de passageiros ou comerciais ligeiros, produzidos na Europa serão obrigados a emissões de CO2 de até 95 gramas, por quilómetro. Mas prevê-se que até 2030 as metas sejam mais ambiciosas e duras como forma de cumprir o que ficou firmado no Acordo de Paris. As multas podem atingir valores astronómicos.

A nova legislação europeia prevê incentivos mas há marcas que falam já em cortes em termos de mão-de-obra. A Audi, por exemplo, anunciou que suprimirá até 9.500 posto de trabalho nas suas unidades de produção alemãs, nos próximos cinco anos. Uma medida que, diz a marca automóvel, libertará 6 mil milhões de euros que poderão ser investidos em veículos elétricos e tecnologia digital.

"No último mês, a indústria automóvel alemã voltou a ter maus resultados. As estimativas são bastante negativas. Estamos num processo de transformação complicado. Não é claro qual será o futuro do carro movido a diesel. As empresas sabem que precisam de mais carros elétricos e de novos carros. Impulsionar a tecnologia é uma grande mudança. Mas há empregos nesta indústria, na Alemanha, que depende do motor de combustão", explica Clemens Fuest, presidente do Instituto de Pesquisas Económicas.

A Alemanha planeia aumentar os incentivos disponíveis para os compradores de carros elétricos, a partir de 2020 e durante cinco anos. Para modelos que custam até 40.000 euros podem chegar aos 6.000 euros.

Estes incentivos são diferentes em cada Estado-membro da União Europeia. As vendas também.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis diz que, apesar dos recentes ganhos, a participação no mercado dos veículos com motor alternativo ainda é 5 vezes menor do que a dos carros a gasolina, que representam quase 60 por cento do mercado de carros novos.

E não se espera, que nos próximos anos, a situação mude, dizem as pesquisas. Prevê-se que em 2025 apenas 10,2% das vendas globais sejam de veículos elétricos e que esse valor aumente para apenas 14,8% em 2030.

Apesar das perspetivas não serem animadoras a União Europeia quer avançar para as metas definidas e tornar o setor automóvel europeu mais competitivo, em termos mundiais. Resta saber quais serão os impactos, efetivos das novas diretrizes.

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